Valther Maestro
A nossa concepção de Escola esta respaldada nas idéias de que devemos pensar o Ser do Educando e a sua Ação na sociedade, proporcionando ao educando o maravilhamento e o espanto na relação com o conhecimento, a transformação da informação em conhecimento, sem perder de vista que a sua ação deve contribuir para a compreensão das contradições da realidade concreta. Uma escola que estimule a busca do belo e do bom para que a humanidade não se perca na errância do mundo.
A escola que desejamos possibilita a todo instante ampliar a compreensão que temos de nós mesmos e do mundo; proporciona situações para a formação de todos, e produz um estado de reflexão constante para construir o saber, em vez apenas de transmitir informações. Uma escola que reformula e aperfeiçoa constantemente seus métodos e processos, num trabalho contínuo de re-definição dos conceitos, atualizando projetos reais e consistentes que possibilitem experiências significativas de aprendizagem, de argumentações, de auto-conhecimento e ação na sociedade.
Uma escola que desenvolve a consciência crítica, que conduza à transformação do mundo, à integração dos chamados excluídos e que possibilite o exercício da cidadania, garantindo ao estudante contato com a realidade política e social, posicionando-se frente aos problemas do mundo.
Sabemos que a escola é um espaço de convivência, de ação política e social, e por isso deve estar atenta para os problemas que afligem a comunidade educativa que atende, possibilitando uma intervenção ativa nas questões sociais.
Na escola que sonhamos, autonomia para os jovens e adolescentes é fato, as decisões são tomadas em conjunto, os erros transformam-se em indicadores, a comunicação entre todos é constante. O objetivo é construído coletivamente e, portanto, é comum, há cumplicidade, convívio fraterno. Todos estão trabalhando em prol de um ideal comum. O estudante faz parte do processo é portanto, faz parte da tomada de decisões.
A nossa concepção de currículo
A nossa concepção de currículo parte dos princípios de uma educação libertadora, tendo como perspectiva a transformação da sociedade em que vivemos, buscando nos princípios da escola renovada a correspondência de nosso desejo de uma educação em que o estudante sinta-se responsável e sujeito de sua aprendizagem, rompendo com as concepções da escola tradicional, onde o aluno (ser sem luz) deve adequar-se a escola, onde o ensinar é mais importante que o aprender.
Nesse sentido o currículo significa toda a ação educativa da escola que envolve decisões e ações voltadas para a concretização de objetos educacionais. Currículo que coloca no centro de toda e qualquer ação, a aprendizagem do estudante, bem como o compromisso de promover a apropriação do conhecimento acumulado historicamente pela humanidade.
Esse compromisso envolve decisões relativas não apenas à seleção dos conteúdos, (o que deve ser ensinado) mas também ao como, quando, quanto, por que e para que se ensina-aprende.
Entende-se por conteúdo o conjunto de formas culturais e de saberes selecionados para integrar as diferentes áreas curriculares em função dos objetivos gerais das áreas do conhecimento.
Para César Coll os conteúdos apresentam-se da seguinte forma: fatos, conceitos, princípios, atitudes, normas, valores e procedimentos.
• Fatos, conceitos, princípios: correspondem ao compromisso científico da escola: transmitir o conhecimento socialmente produzido e que atualmente, melhor responde a nossa necessidade de explicar a natureza ou a vida social, bem como, por extensão, resolver pela tecnologia, questões de sobrevivência;
• Atitudes, normas e valores: correspondem ao compromisso filosófico, promover aspectos que nos completam como seres humanos, que dão uma dimensão maior, que dão razão e sentido para o conhecimento científico.
A partir dessa visão, a seleção dos conteúdos terá como critério:
• O perfil de ser humano condizente com a educação libertadora, fazendo o estudante ser o sujeito de seu desenvolvimento;
• Os parâmetros curriculares nacionais;
• A identificação de temas transversais ao currículo.
As Habilidades e as Competências
Tais habilidades e competências fazem parte dos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental e médio e portanto, são verificadas nas avaliações externas, como por exemplo o ENEM.
I – Dominar a norma culta da língua portuguesa, e ter noção de outra língua, bem como demonstrar clareza na utilização de diferentes linguagens: matemática, artística, científica etc.
II – Construir e aplicar conceitos de varias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. Reconstruir conceitos quando necessários, observando as mudanças no espaço vivido. Utilizar-se do conhecimento científico de forma ética, garantindo assim a cidadania.
III – Observar, Relacionar, Comparar, Diferenciar, Descrever, Narrar, Dissertar, Sistematizar, Concluir e Tomar posição frente aos fatos do cotidiano, utilizando-se de informações representados de diferentes formas, para enfrentar situações-problema, segundo uma visão crítica com vista à tomada de decisões. Romper com o Senso comum apoiado no conhecimento científico, criando hipóteses e pesquisando soluções.
IV – Argumentar de forma consistente, questionado e buscando a ampliação do entendimento da situação e da visão de mundo. Construir o conhecimento de forma integrada rompendo com a fragmentação científica.
V – Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para aplicar propostas de intervenção solidária na realidade, desenvolvendo atividades coletivas e de participação social. Participar de fóruns de discussões e atuar em organizações não governamentais, defendendo as questões ambientais em busca da minimização dos impactos provocados pela dinâmica produtiva da sociedade moderna e considerando a diversidade sócio-cultural como inerente à condição humana.
Acreditamos que a fonte do conhecimento não está só na ação do estudante, e que também não ocorre só no contexto da escola-sala de aula, bem como não está também restrita ao objeto do conhecimento, mas sim na interação do estudante com o seu espaço, ou seja, com seu meio físico e social.
Isso implica em utilizar-se de uma metodologia onde a ação, a reflexão, a compreensão e a construção do conhecimento sejam constituídas numa reflexão dialógica e dialética.
Supõe a aplicação de procedimentos de ensino onde cabe ao Educador organizar e implementar situações de aprendizagem nas quais:
• Os estudantes colocam em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o assunto, conteúdo que o educador organizou a tarefa;
• Os estudantes têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem a produzir
• Os conteúdos trabalhados mantém suas características de objeto sócio-cultural real, sem transformar-se em objeto vazio de significado social;
• A organização das tarefas, ações, pesquisas, trabalhos propostas pelo educador garantem a máxima circulação de informações possíveis.
Nesse sentido,a relação pedagógica será orientada pelo processo de:
• Levantamento de conhecimento prévio que o estudante traz, necessitando que o Educador sistematize-os e provoque a ampliação, o levantamento de hipóteses;
• Intervenção do educador para acelerar o processo de construção do conhecimento do estudante, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente, garantindo novas abordagens, demonstração de outras relações sistêmicas e complexas que estão postas, fornecendo pistas e instruções para iniciar o processo de reconstrução de conceitos;
• Garantia da verificação das hipóteses, amarando explicações e exposições pautadas em conhecimentos científicos;
• Organizar projetos dentro de uma abordagem disciplinar, interdisciplinar, transdiciplinar e multidisciplinar, assegurando uma articulação entre a parte e o todo, construindo relações sistêmicas;
• Significar o apreendido, garantindo a funcionalidade no espaço do cotidiano.
Para tanto, o educador necessita: planejar o curso facilitando a aprendizagem, definir os conteúdos facilitando a aprendizagem; criar estratégias facilitadoras para a aprendizagem e re-significar o contexto da sala de aula. Apresentaremos a seguir algumas idéias de como isso seria possível.
O Planejamento do Curso facilita a aprendizagem quando:
É realizado com a classe, no início do ano letivo;
Leva em consideração as expectativas, problemas e interesses dos estudantes, bem como a especificidade de cada série;
É flexível e permite adaptações de tempo e conteúdo;
Garante uma seqüência lógica, envolvendo habilidades, competências e conteúdos, construindo uma síntese ao final de cada assunto trabalhado;
É um instrumento do trabalho em sala de aula tanto para o Educador, quanto para o estudante.
A Definição do Conteúdo do Curso facilita a aprendizagem quando se orienta pelos seguintes critérios:
Os objetivos de cada série são traçados no inicio do ano letivo;
Os assuntos escolhidos são de interesse dos estudantes;
Os assuntos se manifestam como úteis aos estudantes, trazendo o dia-a-dia para dentro do contexto da sala de aula e propiciando aplicações práticas do estudo realizado;
Os temas focalizados relacionam-se com os conhecimentos, com a experiência, com a realidades profissional e com as necessidades dos estudantes;
A busca de solução para os problemas e questões se faz de forma conjunta entre educador e educando.
As Estratégias se apresentam facilitadoras da aprendizagem quando:
Quando são utilizadas e aplicadas formas variadas, variadas aulas expositivas, trabalho em grupo e dinâmicas de apresentação envolvendo a utilização de varias recursos;
Propiciam a integração do grupo, permitindo que a aprendizagem se realizem na relação estabelecida pelo grupo;
Quando possibilita a participação ativa dos estudantes;
Quando motiva os estudantes para o estudo o individual, para a co-responsabilidade no processo de aprendizagem, para a presença às varias atividades programadas dentro e fora de sala de aula;
O Contexto da sala de aula colabora significativamente para a aprendizagem quando:
Se constitui um ambiente de abertura, com a possibilidade de questionamentos, de respeito mútuo e espírito democrático;
Se constitui um ambiente de participação, no qual educador e educando trabalham juntos, expondo seus pontos de vista, seus estudos, suas opiniões fundamentadas, argumentando e trazendo suas experiências;
Quando se materializa uma ligação entre Teoria e Prática, permitindo que a sala de aula se transforme num espaço onde a realidade externa tenha condições de ser considerada e estudada juntamente com os conhecimentos científicos produzidos.
Concepção de Avaliação
Acreditamos que a avaliação deve ser vista como um processo de análise do desenvolvimento das relações sociais, éticas, políticas, pedagógicas e profissional, envolvendo, portanto, diferentes facetas do processo de aprendizagem. Sendo assim, uma avaliação que leva em conta tais análises respalda-se:
• Socialmente, quando considera os diferentes processos oferecendo apoio e orientação aos estudantes;
• Ética-política, quando favorece a abertura ética para todos os participantes preservando contudo, a visão crítica do conhecimento científico, admitindo a legitimidade do erro como acesso ao conhecimento;
• Pedagógica, refere-se especificamente ao trabalho dos educadores, exigindo assim adequações dos procedimentos, multiplicidade de procedimentos e linguagens, respeito aos diferentes ritmos, garantia de uma regulação e utilização de estratégias que os estudantes possam materializar cada vez mais um sistema pessoal de auto-regulação, buscando cada vez mais o fim da heterônomia e a construção da autonomia;
• Profissional, garantindo: a identificação com o caráter reflexivo; criterioso frente às sistematizações e tomadas de decisões; noção de sua complexidade, buscando construir um pensamento sistêmico e aplicando o aprendido no mundo do trabalho.
Estas concepções estão respaldadas nas reflexões de Rodrigues, J G, que ganharam forma no IX Seminário Internacional ocorrido em 1997, onde se refletia entre outros assuntos a questão da avaliação.
Desta forma, sabemos que o ambiente escolar está em constante avaliação, o que lhe permite conhecer a realidade em questão, detectar, analisar e valorizar a aprendizagem, frente os objetivos propostos, re-orientando a ação e re-direcionando as rotas, a fim de alcançar a meta estabelecida.
Assim, devemos ter clareza que nem educador nem educando são seres prontos. Estão em processo. O educador é um profissional que investe no processo do educando. Todos os dias, o educador está se constituindo como educador, assim como o educando está se constituindo como educando. São seres em processo.
O educador é aquele que assumindo seu estado de ADULTO – que não tem reações infantis como a de uma criança e oscilantes como a de um jovem que embirra, se esgancha, se defende e agride – acolhe, nutre, sustenta e confronta seus educandos, estejam em que estado estiverem. Acolher... nutrir... sustentar... são ações mais compreensivas. Confrontar não é antagonizar, não é se colocar contra, não é punir; confrontar é sinalizar outra, ou outras possibilidades de viver experiências, de se relacionar com os outros.
Acreditar nesses princípios faz toda a diferença, pois, sem esse recurso, não teremos ânimo para investir no processo educativo dos nossos educandos que, como nós, possuem suas idiossincrasias. Se acreditarmos que eles são maus, preguiçosos, desonestos, indisciplinados, não estudiosos, não faremos nada por eles, pois estaremos acreditando que, façamos o que fizermos, não vai haver mudança alguma. Educar implica em reconhecermo-nos como seres incompletos. Assim, a avaliação é:
Um processo voltado mais para identificar o que o estudante aprendeu, do que para se dar nota;
Um processo de retro-informação imediato, visando correção imediata, durante o processo;
Um processo contínuo, durante o curso e não somente realizado em provas e trabalhos finais;
Quando é expresso por comentários e não apenas por números, notas ou conceitos;
Com um processo sem tensão, encarado como uma grande oportunidade a mais de aprendizagem.
O Educador que facilita a aprendizagem possui as seguintes características:
Coerência entre o discurso e a prática;
Segurança, abertura à crítica e às propostas dos estudantes, capacidade de dialogar;
Competência específica na área do conhecimento e possibilidade de gerar relações entre as outras áreas, buscando a noção do todo;
Competência didática;
Clareza e objetividade na transmissão das informações;
Possibilitar momentos de construção do conhecimento a partir das informações;
Preocupação com os estudantes e com seus interesses;
Incentivo à participação e a capacidade de coordenação das atividades;
Relacionamento fraterno;
Identificação pela docência;
Procedimentos facilitadores para o Ensino
Nos atuais documentos curriculares, os procedimentos constituem um conjunto de ações ordenados, orientando para a realização de um objetivo. Nesse sentido, a aplicação de diferentes linguagens presentes nas atividades tem a intenção de promover a construção das noções fundamentais que encaminham à compreensão do conhecimento. Além disso, elas contribuem para o desenvolvimento das operações mentais, como o raciocínio, ou as condições para se desenvolverem as formas de pensar.
Devemos optar em usar diferentes textos, literários ou não, musicas, imagens, mapas e por um conjunto de atividades, que são sugestões para sistematizar o conhecimento que esta sendo construído, transformando assim informação e conhecimento, buscando achar soluções para problemas, desenvolvendo as habilidades operatórias e as competências dos educandos e dos educadores.
Acreditamos que a construção do conhecimento se dá a partir de experiências, problemas a serem solucionados, troca de informações e partilha, bem como, com a ampliação dos laços de afetividade, sensibilidade, observação e sensibilidade sobre o espaço vivido, ou seja, uma busca para o entendimento das relações, entre os personagens e o espaço que se vive
Ler no mundo em que vivemos
Leitura: Ato ou efeito de ler; Hábito de ler; Arte de ler; Arte de decifrar; Movimento de mergulhar para dentro de si e sair com uma nova compreensão. Podemos ler: Imagens, Símbolos; Novas linguagens; Gestos; Intenções; Uma situação; Sonhos; Mundo; As Paisagens; A Vida...
Ler é:
• Saber. O primeiro resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico.
• Trocar. Ler não é só receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor, comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.
• Dialogar. Quando lemos, estabelecemos um diálogo com a obra, compreendendo intenções do autor. Somos levados a fazer perguntas e procurar respostas.
• Exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos, refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as idéias defendidas pelo autor.
• Ampliar a percepção.
• Ser motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam despercebidos.
A leitura, compreensão e interpretação de um gênero deve levar em conta um conjunto de coerções dadas pela própria situação de comunicação:
• Quem fala
• Sobre o que fala
• Com quem fala
• Com qual finalidade
Formas de Leitura
• Leitura informativa: Quando lemos algo (jornais, revistas, folhetos...) para nos inteirarmos dos fatos que andam acontecendo no Brasil e no mundo ou para sabermos como funciona ou para que serve uma coisa.Podemos considerar informativa a leitura de manuais, documentos, contratos, processos judiciais etc.
• Leitura de pesquisa ou de estudo: É aquela que tem como principal objetivo a pesquisa ou o estudo de assunto que desejamos conhecer.
• Leitura de formação ou de reflexão: É aquela que tem por objetivo a reflexão a meditação, a auto-ajuda etc.
• Leitura recreativa: Quando lemos por puro lazer pelo prazer de ler, para passar tempo. Incluem-se aqui as leituras de histórias feitas pelos pais aos filhos quando crianças, sobretudo antes de dormir.
• Leitura de revisão: É a leitura atenta e minuciosa realizada pelos revisores a fim de descobrir possíveis erros gramaticais em textos que serão publicados.
• Leitura em voz alta: É a leitura feita para outras pessoas ouvirem.
Leitura de Imagens
A linguagem documental da fotografia, de quadros e dos mapas representa uma dada realidade em um determinado momento. Ao construí-la, o fotografo, o artista plástico ou o cartógrafo conhecem o tema que está sendo registrado e têm um olhar direcionado para o objeto que se deseja representar.
Essa construção envolve dois momentos distintos: o da criação e o da produção. No ato da criação, há uma intenção do que se deseja representar e vai desde o processo da escolha de material, das cores, e dos elementos que irão compor a imagem até a sua elaboração. O ato da produção é o resultado, ou seja, a representação como produto do ato da criação. Portanto, as imagens presentes nos livros expressam a intenção dos autores do que se deseja transmitir e promover: o desenvolvimento da observação, da percepção da realidade e da sensibilidade do estudante.
Com relação ao processo de construção do conhecimento em sala de aula, lidamos diretamente com a construção e elaboração de imagens e palavras. Nesse aspecto, a compreensão dos sentidos das palavras é de fundamental importância. Estudos realizados por Vygotsky sobre a formação do pensamento e da linguagem da criança afirmam que o significado das palavras é um fenômeno do pensamento verbal ou da fala significativa – união entre a palavra e o pensamento .
Quando o estudante se apropria do conceito produzido por uma palavra – isto é, quando a palavra adquire um significado, o estudante passa a poder aplicar esse termo a novas situações. Esse processo é chamado de transferência de conhecimento.
Para que ocorra a aprendizagem é necessário que o educador trabalhe a representação espontânea dos estudantes e a sua capacidade de defini-las. O educando aprende um conceito quando sabe usá-lo em situação concreta e, paulatinamente, vai interiorizando-o, a ponto de aplicá-lo em outras situações. É a chamada transição do conhecimento concreto para abstrato e vice-versa.
Ao propor a leitura de fotos, mapas e outras imagens, estamos partindo de um referencial teórico. Do ponto de vista da didática que, além de desenvolvermos a observação e a sensibilidade, também estamos trabalhando com as representações que os estudantes estão construindo.
Quando é proposto ao estudante ter uma fotografia ara interpretar uma paisagem, um mapa ou um documento ocorrem situações que se completam: a possibilidade de ele expressar o seu universo cultural e o contato com outras referencias que lhe proporcionam a ampliação e a transformação de sua realidade. Ao analisar uma imagem, podem ser seguidas as seguintes etapas:
• Conforme o tipo de componentes existentes, prestar atenção em determinadas características que representam a cultura, o tempo e a organização do espaço de diferentes sociedades. Quando se trata de pessoas, observar as roupas, os acessórios e o local. Também é importante estar atento ao local e aos objetos que compõem a paisagem e a relação da escala/proporção entre eles.
• Verificar qual a técnica que o fotografo, o artista e ou o cartógrafos utilizaram para a elaboração da imagem, ou seja, quais estratégias, os equipamentos e os matérias empregados. Analisar, por exemplo, se é uma foto preto-e-branco; se as cores estão vivas; se a foto é antiga ou recente etc;
• Outros aspectos importantes são os dados bibliográficos sobre o autor das imagens – fotos, quadros e mapas. A partir desses dados é possível inferir sobre quais eram suas intenções e contextualizá-los historicamente.
Leitura de Tabelas e Gráficos
A leitura e a interpretação de gráficos e tabelas deve elevar em consideração a etapa cognitiva do estudante. Portanto, o primeiro trabalho a ser feito é o de orientar o educando para quantificar e representar os dados que serão analisados.
Este tipo de procedimento também envolve a utilização de símbolos e a interpretação de legendas. Além disso, propicia um trabalho interdisciplinar com a matemática, pois, a partir da compreensão dos números, o estudante poderá observar, registrar, comparar, quantificar e analisar os dados apresentados. Para elaborar um gráfico ou uma tabela é necessário estabelecer critérios de agrupamentos e quantificação, como, por exemplo, definir que cada quadrado corresponde a um ou mais estudantes etc.
Assim, acreditamos que esses referenciais podem facilitar a elaboração de um planejamento/plano de aula que garanta a construção do conhecimento de forma significativa.
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